segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Café

O café sempre esteve presente em vários momentos, sejam eles bons ou ruins, mas de certa forma representa, de maneira geral, várias épocas que tirei lições boas.
Estava a pouco, lendo “O Segredo” e tomando um trago (você deve pensar: trago é só de bebida alcoólica, certo? Errado! É um “pedaço de bebida” qualquer como diria o próprio que vos escreve) de café e lembrei-me de quantas vezes um “pretinho” como esse, fez-me sentir melhor. Alias, não só a mim, mas aos que me cercavam em certas ocasiões também.
Desde muito, lembro da chaleira de quase “sinquo” litros (uma pena não ter mais o ‘print’ pra provar que não estou mentindo em relação ao ‘sinquo’) da casa da “Tia Rosa” (que Deus a tenha), que nos despertava muito cedo com o “som” daquele cheiro maravilhoso, moído a pouco e coado com muito carinho, carinho este presente no café de minhas avós e, também de Dona Cida.
Toda manhã em nossa casa, aquele aroma maravilhoso se juntava aos assovios de meu pai e a agilidade de minha mãe na cozinha e, pairava aquela maravilhosa sensação de que mais um dia se iniciava. Sem sombra de dúvidas o café de minha mãe é o melhor de todos. Meu pai tem preferência por certa marca de café, preferência esta que levei como legado e a conservo. Lembro de ouvir determinada vez meu pai exclamar: “Ah, não compra outro café não, deixa de ser muxiba!” Realmente ele tinha razão, aquele é o café.
O café esteve presente em minha infância, com a preocupação de minha mãe, para que não excedêssemos na quantia, passou por toda minha adolescência e está presente até hoje, em minha vida adulta.
Ao fazermos algum tipo de serviço em casa, seja com minha mãe ou com meu pai, um deles vinha com uma xícara e trazia um gole que desse para todos degustarem. O fato de poder compartilhar daquele momento é de grande valia para o contexto familiar. Estar junto dos teus e poder partilhar um gole de café é maravilhoso. Meu pai tem o costume de durante todo o dia, dar uma bicadinha no mesmo, sempre aos poucos, mas constantemente. Também segui isso e, já tive a atenção chamada em um determinado serviço por sempre estar bebericando um “pedacinho” de café a todo instante.
Até meus alunos já satirizaram uma vez, usufruindo do quadro branco, colocaram os bordões que costumo usar e, fazendo alusão a três marcas de cafés, mencionaram: “Juliano bebe todos!”
O café é um meio de amizade, unindo pessoas e conversas ao redor de uma garrafa. É combinado por conversas e até mesmo pela net, perguntado pelo msn: “ow mano veiu, bora fazer um café? Tem poh aí?” (El Loco - Pepe).
Leva-me a crer que sem o café, muita coisa não aconteceria, formas de reconhecer realmente uma amizade, como um sábado, onde dois amigos decidem coar um café, independente da casa de quem, pelo fato de não terem dinheiro pra sair (essa eu quero relatar em outra ocasião, de maneira mais detalhada), unem-se para degustarem o líquido e papear.
Independente do tipo de conversa, o café se enquadra em qualquer contexto, seja ele formal, numa conversa do trabalho ou num assunto da “fackul”, ou até mesmo numa troca de idéias.
O café me remete a lembrar de amigos de outrora, que ao tomarem o mesmo conosco, antes do início da aula, mencionou o fato de valer a pena todo o sacrifício que passamos no período de graduação, sacrifício este reclamado por mim nesta ocasião e, que foi ouvido atentamente, bradado pela voz de alguém bem mais experiente que eu: “pode ter certeza que o a recompensa vem Alemão, mesmo que você não a busque, ela vem”.
Após iniciar a escrita deste, fomos até um barzinho onde o “Sixtons”, banda de Cuiabá, faz um som todas as sextas e, neste dia contou com a participação de um guitarrista de nome Danilo, que cantou algo sobre o café. Sim, ele mesmo, o café, mas infelizmente não sei muito, só o que me lembro da letra é o que esbocei num bloco de pedidos do Joaquim, garçom da casa: “eu bebo um café, que é pra melhorar”. Não sei de quem é a música, deveria ter perguntado ao Danilo, quando o encontrei, fazendo outra participação em outro bar, um dia após ouvi-lo cantar essa música. E ainda na música, recordo-me de “curtametragem”: “Como qualquer curta-metragem, Brasil turismo, Amazônia, ciclo do café”, que por sinal tem assinatura de Humberto e de Augustinho.
Fico pasmo com tantas lembranças que um simples café me traz (espero não ter esquecido nenhum fato relevante), até das vezes que Jeff mencionava no messenger: “A Érika acabou de coar um café, você não ta afim?”. Esse tipo de frase era sempre acompanhado de um “**********”.
Finalizo este após um copo, acompanhado do Paulo, que só não pegou mais, porque com certeza iria derramar (provavelmente ele ficaria bravo, porém não sabe deste e, nem que o postarei).